Dia 2 - parte VI







Há alguns anos atrás, nas Olimpíadas Especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar. Todos, com exceção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então eles viraram e voltaram. Todos eles. Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: "Pronto, agora vai sarar". E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos. E as pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje.


Essa história foi lida para a gente hoje.

Não consegui parar de pensar. Por quê? Eu acho que se eu estivesse na corrida, eu não teria parado. Acho que teria continuado até o final. Bobeou..dançou, não é mesmo?

Isso me faz pensar no mundo...
A vida na La Cucarita é muito diferente. Estava ouvindo suas histórias hoje.
Quando não tem água suficiênte na vila, as mulheres tem que subir a montanha para pegar água em outro lugar. Elas descem a montanha com um balde cheio de água na cabeça.

Escola? O sistema publico mal ensina alguma coisa. As crianças dão sorte quando têm 3 dias de aula na semana. Geralmente as professores não aparecem. Na maioria dos dias as crianças tem que andar uma hora e meia para ir para escola, só para chegar lá e ter que voltar.

Moradia? As pessoas disseram que suas casas eram cheias de ratos e baratas. Quando chovia, a água escorria pelas goteiras espalhadas no teto. A casinha era feita de madeira que eles mesmos cortavam.

Apenas 15 anos atrás, as meninas geralmente casavam com 12 anos. Aos 13 já tinham seu primeiro filho.

Nós reclamamos que temos que ir ao supermercado…bom pelo menos eu reclamo as vezes (quase sempre). As mulheres daqui tem que plantar o que querem comer. Elas não tem o dinheiro e a vila nem tem os recurso de portar um “armazém da esquina”. Se você quizer comer batatas, plante batatas.

Uma realidade totalmente diferente.

Sabe…eu acho que você e eu, os nossos governos e os nossos países, focamos muito na chegada final. Queremos chegar lá. Queremos acabar a corrida. Queremos ser bem-sucedidos. Queremos ter um ótimo trabalho. Queremos ter uma casa. Queremos ter um bom carro. Queremos possuir os aparelhos eletrônicos mais modernos. Queremos…precisamos…nós…

E “eles”!?

“Eles” são aquela criança que caiu durante a corrida. Ao invés de parar e ajudar (como as crianças especiais fizeram), nós agradecemos à Deus tem um a menos para competir conosco. A chegada está tão próxima.

Temos que trabalhar, pagar as contas, passar tempo com a família …

Mas se não PARARMOS...se não fizermos nada para ajudá-los...no final da sua vida, tudo o que você vai possuir vão ser “coisas”. Coisas. E você não leva nada disso quando morre.

Nú entramos e nú sairemos..não é assim que o povo diz?
O que importa é o que você fez com a vida que Deus te deu. Não o que você adquiriu.

Não. Eu não estou falando para vender as suas coisas e ir morar na África. Você não precisa ir tão longe. Aposto que a sua cidade está cheia “deles”. Procure voluntariar no seu bairro, junte dinheiro para ir numa missão durante a sua vida, ajude o mendigo da esquina, se envolva na sua igreja, faça alguma coisa!

Qualquer coisa.
É como se diz: Como você consegue mudar o mundo?!
Simples.
Começando a mudar o mundo ao seu redo.

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