Terceiro Dia






1 de Outubro, 2007

Bom..a noite de ontem não foi tão perfeita assim...
As paredes não vão até o teto...existe um vão de mais ou menos 60 cm. A acústica da casa é muito boa.rsrs. Dá para se ouvir tudo, como se fosse do seu lado. Não consegui dormir direito; acordava com os barulhos toda hora. Fora que os galos daqui têm algum problema de funcionamento mental. Começam as 2 da manhã e não param. Parecia uma sanfonia galítica. Rsrs

As 8 da manhã começamos atender os pacientes. Fiquei traduzindo para a Daniella (residente). A maioria do pessoal encaixa em duas categorias: dor de barriga/dor na coluna. A dor de barriga é na sua maioria das vezes causada por parasitas (água não filtrada). Com um comprimido de Albendazol resolvem-se os problemas. A dor na coluna...bom..eles trabalham no campo o dia TODO, muitas vezes desidratados, desnutridos. As caimbras são frequentes. Depedendo do caso damos remédio para dor..mas a melhor coisa é beber muita água e alongar todas as manhas.

O paciente que mais me marcou foi o José Luis...um bebê de 37 dias. Certamente é o bebê mais magro e mais frágil que já vi. Sua vó trouxe porque ele sempre vomitada e estava muito pequeno. Descobrimos que a mãe não tinha muito leite, então 3 vezes ao dia o bebê comida uma papa de arroz com água e açucar. Um bebê de 37 dias. O problema é que ele vomitava muita água. Nunca vi tanta água sair de um bebê tão pequeno (e ele ficou com nós uns 10 minutos). Demos fórmulas nutricionais para a mãe. O leite materno era a única cura. Quando mais leite, menos arroz, mais ele cresceria.


É duro..as vezes senti como se tivesse com as mãos atadas diante de situações que você não tinha controle. Por favor, orem para que a mãe desse baby tenha leite.
O número de pacientes foi bem menor do que esperávamos. O tempo não estava ajudando . A estrada estava com muita lama (lembrando que o pessoal não tem carro..é caminhando mesmo que chegam até nós).


Se a Maomé não vai para a montanha..a montanha vai para Maomé.

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